Neuroeducação: um cérebro, no centro da imagem, com 3 setas roxas apontando para cima representando que o conhecimento está sendo adquirido.

Capacitação para creators

O que é neuroeducação?

Conheça os impactos desse conceito na sala de aula.

Hotmart

26/04/2019 | Por Hotmart

O que veremos nesse post:

Você já ouviu falar de neuroeducação? Ela é uma grande promessa no mercado educacional!

O conceito-chave da neuroeducação é o respeito à individualidade do aluno — cada um aprende de um jeito e isso deve ser explorado.

Os responsáveis por esse processo de aprendizagem individual são o funcionamento do cérebro e as funções cognitivas e comportamentais.

Para entender melhor, continue a leitura!

O conceito de neuroeducação

A neuroeducação é uma abordagem interdisciplinar. Ela é fruto da junção de três áreas do conhecimento humano:

  1. a pedagogia: que se dedica aos processos de aprendizagem e educação;
  2. a psicologia: com suas contribuições nas pesquisas sobre cognição e comportamento;
  3. a neurociência: que se concentra no funcionamento do sistema nervoso central.

A pedagogia sempre trouxe muito a ideia de coletividade nos processos de ensino: os alunos aprendiam a partir da integração com a comunidade e transformavam seus saberes durante interações sociais.

No entanto, os estudos voltados para os processos cognitivos e comportamentais começaram a ganhar destaque a partir do século passado.

Um dos grandes responsáveis pelo impulsionamento dessa área foi o linguista Noam Chomsky, que elaborou uma teoria bastante consistente sobre a aquisição de linguagem pelo indivíduo. Para ele, esse processo dependia mais das faculdades mentais do que das interações sociais.

Esse pensamento abriu portas para uma série de pesquisas cujo objetivo era desvendar os segredos das funções cognitivas: linguagem, memória, raciocínio, atenção, entre outras habilidades cerebrais.

Mais para frente, surgiu a neurociência e o verdadeiro escaneamento do cérebro — começamos a perceber que cada área desse órgão reagia de forma diferente a certos estímulos.

Então, a ideia de que os processos de aprendizagem estavam atrelados às interações sociais mudou um pouco.

Agora, o foco está nas reações individuais a cada estímulo e como os comportamentos pessoais são modificados.

Parece complexo, não é?

A matéria é realmente extensa, mas a lição mais importante aqui é que a neuroeducação está reformulando a forma de lidar com os estudantes, que agora são observados em suas particularidades e com respeito às influências do sistema neural.

A neuroeducação no processo de aprendizagem

Para ficar mais claro, pense no seguinte contexto: hoje em dia, estamos inseridos em um mundo no qual as informações correm muito depressa. Nossa atenção é diariamente treinada para ser mais seletiva.

Um vídeo no YouTube, uma notícia na TV, uma música no rádio: temos o impulso de rolar a tela mais um pouco, trocar de canal ou alterar a estação, porque dificilmente perdemos muito tempo em algo que não prende imediatamente a nossa atenção.

Isso é um reflexo de alterações neurológicas que surgem justamente com o excesso de estímulos — o resultado da transformação tecnológica, do advento do mundo digital e da globalização.

Cada um aprende de um jeito

A mudança na forma de lidar com estímulos externos também ocorre no nível individual, pois cada pessoa reage de um jeito e no seu próprio ritmo. E isso faz muita diferença dentro das salas de aula.

Sabe aquela história de que existem várias “inteligências”? A ideia faz sentido.

É difícil aplicar um método de ensino engessado e esperar que a classe toda vá bem nas provas finais. Existem pessoas que vão aprender perfeitamente, enquanto outras, não.

Mas não se trata de uma capacidade intelectual inferior ou de falta de dedicação.

O ponto é que cada indivíduo tem as suas funções neurais atuando de um jeito, além de aptidões cognitivas e processos comportamentais particulares.

Os resultados são mais positivos

Utilizar as contribuições da psicologia e da neurociência garante que o processo de aprendizagem seja mais certeiro e, desse modo, que haja um melhor aproveitamento dos conteúdos.

Alguns dos efeitos dessa abordagem na educação são:

  • identificação das necessidades individuais dos alunos;
  • metodologias de ensino mais estimulantes;
  • assimilação mais profunda das informações;
  • respeito ao potencial cognitivo de cada um.

Além disso, usar os conhecimentos sobre o funcionamento do cérebro no processo educativo é muito importante justamente porque esse órgão é plástico — ele se modifica conforme aprende.

O sistema nervoso cria conexões entre neurônios de acordo com as experiências individuais. Então, entender quais são as características pessoais do aluno faz com que ele tenha mais autonomia e interesse.

O protagonismo estudantil é fundamental para que as funções corretas sejam estimuladas e o aprendizado mais completo.

Isso vale especialmente para a educação a distância, já que, nesse modelo de ensino, os alunos naturalmente já têm mais liberdade de decisão com relação aos próprios processos de aprendizagem.

A implementação dessa abordagem

Para aproveitar as descobertas da neuroeducação na sala de aula, você precisa ter clareza sobre alguns preceitos básicos dessa abordagem, que são:

  • cada cérebro reage de um jeito aos estímulos e isso o modifica;
  • a forma de aprender depende de influências ambientais/sociais, mas também de predisposições genéticas e de processos mentais individuais;
  • o aprimoramento cognitivo é essencial na aprendizagem, assim como a metacognição — o autoquestionamento sobre o que foi aprendido.

Tendo isso por base, os estudiosos da neuroeducação sugerem que algumas práticas sejam adotadas nos processos de ensino. Anote aí:

  1. Avaliar o aluno individualmente, por meio de mapeamentos cerebrais e testes de cognição;
  2. Promover atividades que estimulem as funções cognitivas e que facilitem as sinapses, como músicas, jogos de memória, exercícios práticos de raciocínio etc.;
  3. Abrir espaço para o diálogo e ter uma cultura metodológica adaptativa, conforme os resultados individuais dos estudantes;
  4. Identificar transtornos comportamentais ou mesmo dificuldades de aprendizagem e tratá-las com apoio da psicologia e da neurociência, para que não haja comprometimento do aluno, entre outras.

A neuroeducação tem ganhado cada vez mais foco e, hoje em dia, temos uma grande aliada: a tecnologia!

Portanto, a abordagem que leva em conta esses preceitos pode até parecer muito complicada agora, mas arriscamos que ela é o futuro da educação e que já vale a pena encorajar esses métodos.

Além da neuroeducação, há várias outras tendências para o ensino e algumas já são até mesmo realidade.

Quer saber quais são? Confira todas as novidades em nosso post sobre o futuro da educação.