Conheça os principais planos de câmera
Enquadramento aberto, fechado, close-up, detalhe, de passagem: esses nomes podem não ser tão populares, mas certamente você reconhecerá os efeitos que eles causam no público. Saiba mais!
Conheça os principais planos de câmera
Enquadramento aberto, fechado, close-up, detalhe, de passagem: esses nomes podem não ser tão populares, mas certamente você reconhecerá os efeitos que eles causam no público. Saiba mais!
As técnicas audiovisuais ajudam a transformar a mensagem na hora de gravar vídeos. Entre elas, o enquadramento é um dos mais importantes recursos da linguagem cinematográfica.
Os diferentes tipos de planos de câmera garantem efeitos específicos, como o de ambientação ou de choque no espectador.
Muitas vezes, também somos levados por diversos posicionamentos, de modo que a nossa resposta emocional é construída aos poucos. Por isso, saber usar as técnicas de enquadramento é um dos meios mais eficazes de conseguir realmente transmitir uma mensagem para o público, além do conteúdo explícito — como o roteiro de fala.
Neste texto, vamos conhecer justamente os planos de câmera mais utilizados para fazer vídeos e qual é a expressão de cada um em uma cena.
O enquadramento determina qual será o tamanho de objetos e pessoas em relação ao ambiente.
Escolher o posicionamento de câmera certo pode levar o público a ter sensações específicas. Esse é um dos aspectos que separa um vídeo profissional de um amador.
Em geral:
O plano aberto — também chamado de plano geral ou very long shot — é o que mostra uma visão panorâmica.
Normalmente, esse tipo de plano isola uma figura humana ou um objeto em uma paisagem ampla.
Sua principal função é a de ambientar o público, ou seja, mostrar o lugar que rodeia os personagens.
Por exemplo, a cena da série Star Trek: Discovery, em que duas silhuetas aparecem caminhando em um enorme terreno de areia.
Outro exemplo é no filme O Iluminado, de 1980, uma das cenas mais icônicas é a visão de cima do labirinto invernal onde, mais tarde, ocorrerá uma perseguição. Ao aproximar a câmera, percebemos que há uma pessoa no centro.
Já o plano médio — ou long shot — é um pouco mais próximo do que o aberto, mas ainda mostra bastante do ambiente.
Ele serve para estabelecer uma relação temática entre o personagem e o espaço.
No exemplo do filme Blade Runner 2049, o protagonista caminha em meio a gigantescas estátuas femininas, localizadas em uma Las Vegas em ruínas.
O chamado plano americano — ou mid shot (médio/moderado) — é um dos enquadramentos que já caminha para o campo das expressões.
Embora ainda mostre um pouco do ambiente, a câmera normalmente mostra os personagens dos joelhos para cima e não enfoca em temas.
Nesta cena do seriado Twin Peaks, por exemplo, temos um diálogo entre dois personagens que demonstra uma inter-relação de alento ou de cordialidade.
Em Cowboys & Aliens, também temos um exemplo de mid shot, com o foco mais próximo da silhueta do personagem.
O close-up é um clássico entre os planos de câmera.
Ele serve para dar foco aos sentimentos do personagem, com a câmera bastante próxima. Normalmente, ela se concentra na figura humana dos ombros para cima.
Dois exemplos são as cenas de O Regresso e de Full Metal Jack.
Na primeira, a expressão que a cena nos passa é de cansaço e tristeza.
Na segunda, o foco no rosto, o gesto com a mão e até mesmo o ângulo de baixo para cima transmite um efeito de autoritarismo ou opressão.
Já no primeiríssimo plano, as lentes da câmera nos levam ainda mais fundo no sentimento do personagem.
O enquadre fecha o rosto na câmera, de modo que muito pouco ou nada no ambiente consiga ser visto.
A clássica cena do filme O Silêncio dos Inocentes é um exemplo. Nela, a narrativa nos faz ter medo do personagem principal, em especial por causa do enfoque em que ele aparece muito próximo, levemente superior e com os olhos incisivos no público.
Em Closer: Perto Demais também temos um exemplo de primeiríssimo plano. O close acentuado no rosto da personagem evidencia bastante a carga emocional.
Ainda mais próximo que o primeiríssimo plano, o detalhe serve para dar foco a algum objeto pequeno. Em geral, não se reconhece o ambiente ou mesmo o próprio objeto.
O objetivo é criar uma sensação de mistério e a surpresa posterior quando o enquadramento fica mais amplo, o que ajuda a prender a atenção do espectador.
Esse tipo de enquadre aparece no filme Requiem For a Dream, em que o foco nos olhos mostra as transformações na pupila depois do uso de substâncias químicas.
Outro exemplo está na série Breaking Bad, com a câmera focando em uma mosca sobre as lentes dos óculos.
O plano sequência é muito interessante para dar a ideia de continuidade ou mesmo de dinamicidade.
Ele é caracterizado por ser um shot sem cortes — ao menos, aparentemente — e garante resultados incríveis principalmente em temáticas de ação.
Na série Demolidor, temos um exemplo muito bom: são mais de 3 minutos de gravação contínua em uma cena de luta no corredor — um número bastante impressionante no meio cinematográfico.
Já o inicial ou de passagem, é um dos planos de câmera empregados para situar o público quando há mudança de localização na narrativa.
Normalmente, o diretor pode optar por usar um plano aberto com cortes para a troca de ambientes. No entanto, há outras formas de se mostrar essa passagem.
No filme Chumbo Grosso, por exemplo, há uma cena em que o personagem passa por diversos ambientes em pouco mais de 30 segundos. A câmera passa por cortes rápidos intercalando shots panorâmicos e closes.
Como você viu, os planos de câmera fornecem os mais variados efeitos na cena.
Para quem trabalha com a produção de vídeos, entender o poder dos enquadramentos é importante para conseguir shots mais direcionados.
O posicionamento certo é capaz de contar a história de um jeito diferente e criar determinadas sensações e respostas emocionais no público.
Para deixar seus vídeos ainda mais profissionais, veja também nosso post sobre como gravar em ambientes externos.